Nota de repúdio pela execução de Mãe Bernadete Pacífico

Bernadete Pacífico – yalorixá e liderança do Quilombo Pitanga dos Palmares (BA) – foi assassinada a tiros na noite desta quinta (17). 

 

Divulgação/Conaq
Divulgação/ConaqA Justiça Global repudia a morte da Yalorixá Maria Bernadete Pacífico, brutalmente assassinada na noite desta quinta-feira, 17, dentro do terreiro que comandava, no município de Simões Filho, região metropolitana da Bahia.

A execução de uma líder religiosa e, defensora de direitos humanos, dentro do seu terreiro, representa a violência contra todas as pessoas pertencentes às religiões afro-brasileiras e acende mais um alerta em relação à necessidade de ações concretas do Estado Brasileiro em defesa dos povos quilombolas e de terreiro e pela proteção de defensoras e defensores de direitos humanos.

Mãe Bernadete liderava o Quilombo Pitanga dos Palmares, foi Coordenadora Nacional CONAQ (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas) e ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.  Ela estava inserida no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH) desde 2017.

Bernadete foi incluída no programa por conta do assassinato do filho, Gabriel Pacífico dos Santos, o Binho, há seis anos. Ela também sofria ameaças por parte de integrantes da especulação imobiliária da região. No mês passado, ela falou sobre o caso do filho com a ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber, em encontro com outras lideranças na Bahia.

A Justiça Global exige celeridade na investigação do caso, se solidariza e presta condolências aos familiares de sangue e de santo da Yalorixá Bernadete assim como a toda comunidade quilombola de Simões Filho.

Mãe Bernadete, presente!

Intervenção do MDH E MIR

Os Ministérios dos Direitos Humanos e da Igualdade Racial já se pronunciaram sobre o assassinato e, ainda nesta sexta-feira,18, enviarão comitivas que vão se reunir com os órgãos governamentais da Bahia e prestarão serviço aos familiares e demais pessoas vítimas de ameaças na região.

Errata: Diferente do que foi informado na nota publicada pela Justiça Global na manhã desta sexta-feira, 18, a líder quilombola Bernadete Pacífico não foi excluída do  Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH)  em maio deste ano.

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