Perdemos nessa quinta-feira o jornalista, escritor e artista plástico Alípio Freire, um dos sobreviventes da ditadura empresarial-militar que teve início no Brasil em 1964. Alípio faleceu aos 75 anos em decorrência da Covid-19, após uma luta incansável contra a doença que já deixou mais de 380 mil mortos no país, devido à falta de políticas públicas do governo brasileiro.
Nascido em Salvador, Alípio Raimundo Viana Freire mudou-se para São Paulo em 1961 e foi um militante de direitos humanos incansável na defesa da democracia no Brasil, tendo resistido aos cinco anos de tortura sofrida nas profundezas dos porões da ditadura, após ter sido preso aos 23 anos de idade. Em 2013, lançou o documentário “1964 – Um golpe contra o Brasil”, no Memorial da Resistência de São Paulo, feito a partir de depoimentos de personagens que viveram, como militantes, aquele período. O filme discute as razões que levaram ao golpe civil.
Alípio foi um ferrenho defensor e lutou pela Anistia, pelo MST e por diversos movimentos em prol dos direitos humanos, atuando em debates políticos até os últimos dias de vida. Hoje ele perdeu a batalha para a necropolítica instituída no país. Vai ficar para a história, a linda trajetória e uma grande referência para quem defende direitos no Brasil. Nós, da Justiça Global, deixamos o nosso mais sincero abraço à familia e a todas as pessoas que admiram a luta e a história desse grande e inestimável defensor.
Alípio Freire, PRESENTE!
