Lançamento da campanha «Caveirão Não! Favelas Pela Vida e Contra as Operações»

– Nesta quarta-feira, dia 06, às 10h, coletiva de imprensa na Casa Pública, em Botafogo.
– De 1997 até os dias de hoje, no Estado do Rio, mais de 16.000 pessoas foram mortas por policiais.

De 1997 até os dias de hoje, no Estado do Rio de Janeiro, mais de 16.000 pessoas foram mortas por policiais, em casos registrados como «autos de resistência», quando os agentes alegam ter atirado em suposta legítima defesa. Apenas de janeiro a setembro, do ano corrente, já são mais de 900 assassinatos cometidos, através desse mesmo mecanismo, segundo os dados do ISP (Instituto de Segurança Pública), atingindo o recorde histórico de 3 mortos por dia. Não à toa, a polícia brasileira é a mais letal do mundo. Aqui vigora uma política de extermínio de negros e pobres institucionalizada. Ademais, as operações policiais, onde essas pessoas são vitimizadas, se valem de um modelo ultra-militarizado com o uso de equipamentos de guerra, como o caveirão, usado, inclusive, na época do apartheid na África do Sul. A cada operação, escolas, postos de saúde e o comércio das favelas são fechados. Os impactos desse cotidiano violento nas favelas e periferias do Rio de Janeiro são irreparáveis.

Para pensar ações que reduzam essas violações cometidas pelo Estado, movimentos sociais, organizações de direitos humanos, pesquisadoras/es e ativistas se reuniram para construir a campanha «Caveirão Não! Favelas Pela Vida e Contra as Operações». Ela é inspirada na “Campanha contra o Caveirão, organizada no início do ano de 2006 pela Anistia Internacional, Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência, Justiça Global e pelo Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis. Na época, mais de 20 países aderiram ao movimento e a incidência fez com que o Estado adotasse medidas a fim de restringir o uso desse instrumento.

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Estarão presentes na coletiva de imprensa, de lançamento da Campanha, familiares de vítimas de violência policial e organizações de direitos humanos. Na mesa, Uidson Alves Ferreira, irmão da menina Maria Eduarda, morta ao 13 anos dentro de uma escola municipal em Costa Barros; Dalva Maria Correia da Silva, da Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência; Glaucia Marinho, da ONG Justiça Global; e Pedro Charbel, coordenador latino-americano do Comitê Nacional Palestino do Movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS).

Ainda nesta semana, a Campanha fará o ato Acorda MP – por memória, justiça e contra caveirão e as operações policiais, dia 07/12, às 14h, na Av. Marechal Câmara, 370, Centro. E o Cine-debate Dona Júlia com os filmes: Luto com Mãe e Nossos Mortos tem Voz (promo), às 19h, no CTO, Av. Mem de Sá, 31, Centro.

Lançamento e coletiva de imprensa da campanha «Caveirão Não! Favelas Pela Vida e Contra as Operações»:
Data: 06/12/17
Local: Casa Pública – Rua Dona Mariana, 81 – Botafogo.
Horário: 10h.