Violações da Vale são denunciadas em assembleia de acionistas

Vale viola direitos em marianaApós o desastre de Mariana e no ano em que se completam duas décadas do mascare de Eldorado dos Carajás, acionistas críticos, representantes da Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale, preparam intervenção e ato público para o dia 25 de abril, quando se realizará a Assembleia Geral Ordinária para Acionistas da empresa Vale S.A, às 11h.

Na posição de acionistas, os representantes da Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale retêm o direito ao voto e a fala durante a assembleia da empresa. Podendo, desta forma, expor seus votos referentes aos relatórios de prestação de contas e elucidar contradições e falhas do discurso da empresa em relação, principalmente, a impactos ambientais e direitos humanos, aos outros acionistas da companhia e presentes na assembleia.

Uma das principais demandas reivindicadas pelos acionistas críticos neste ano é a saída da atual diretoria da empresa. Segundo Raphaela Lopes, que vota contra o Relatório de Administração e das demonstrações financeiras de 2015 – afirmando que este não condiz com a realidade, contendo contradições e ausência de transparência – a diretoria atual está mostrando não ter controle algum sobre a empresa e a remediação dos custos decorrentes do rompimento da barragem de Mariana, a partir do momento em que os dividendos não estão sendo pagos e as ações valem cada vez menos.

Carolina de Moura Campos é também uma das acionistas críticas e votará contra a nova proposta de remuneração dos administradores e dos membros do conselho fiscal, que será discutida na assembleia e pede a fixação, como verba global, do montante de até R$90.372.853,00 (noventa milhões, trezentos e setenta e dois mil, oitocentos e cinquenta e três reais) a serem distribuídos aos membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal e da Diretoria. Segundo ela, que acredita que a proposta seja incoerente com a situação financeira atual da empresa, “é vergonhoso que apenas um de nossos diretores receba 800 mil reais/mês (sem benefícios) enquanto vidas, comunidades e cidades inteiras foram e continuam sendo destruídas e aniquiladas por nossas atividades.” Carolina ainda explica que após o desastre de Mariana, a empresa precisaria, na verdade, investir maior parcela de seu capital em iniciativas de reparação e recuperação socioambiental e em tecnologias mais caras, porém mais seguras e menos impactantes.
Além da intervenção na assembleia, a Articulação Internacional dos Atingidos e Antingidas pela Vale prepara também um ato, que será realizado a partir das 12h, no Largo da Carioca, no Rio de Janeiro:https://www.facebook.com/events/1561212690845866/

Este ato contará com intervenções culturais, teatro, exposições de fotos sobre o desastre de Mariana e aula pública com professores de universidades e institutos estaduais e federais sobre as recentes ações da empresa e seus contextos. Além disso, lideranças do Krenak, grupo indígena brasileiro oriundo do vale do Rio Doce, e atingidos da Bacia do Rio Doce estarão presentes apresentado seus depoimentos sobre as consequências ambientais e sociais vividas por eles causadas por projetos da Vale.

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