O volume três do periódico de direitos humanos da Justiça Global destaca a luta por justiça socioambiental das comunidades atingidas pelo desastre-crime da Vale e da BHP.
No terceiro volume do periódico Abrindo Diálogos, o periódico de direitos humanos da Justiça Global, Geovanna Januário, geógrafa e pesquisadora da organização, traz uma análise crítica da luta e das lacunas no processo de reparação às vítimas do rompimento da barragem de rejeitos de minérios do Fundão, operada pela Samarco (Vale e BHP Billiton), em Mariana–MG.
Mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos tóxicos, despejados desde a estrutura instalada no subdistrito de Bento Rodrigues, devastaram comunidades, destruíram ecossistemas e comprometeram a subsistência de milhares ao longo da bacia do Rio Doce.
Aquele cinco de novembro de 2015 ficará marcado na história como um dos maiores desastres socioambientais do mundo. No desastre-crime, 19 pessoas, e outras três estão desaparecidas até hoje
Em outubro do ano passado, na véspera do marco dos nove anos do desastre-crime, – e em meio ao julgamento pela justiça britânica contra a anglo-australiana BHP –, o governo federal brasileiro anunciou um novo acordo, que promete ser definitivo para a reparação.
A análise da Justiça Global, porém, aponta que as violações de direitos humanos não cessaram ao longo do processo de promoção de justiça e destaca a resistência das comunidades atingidas.
Entre os temas abordados no texto estão a luta por justiça das mulheres e povos tradicionais, a absolvição controversa dos gestores das mineradoras e a crítica ao acordo de repactuação, que exclui as vítimas de decisões cruciais.
Como um alerta poderoso sobre a não responsabilização das corporações e as falhas do sistema jurídico, o texto reforça a urgência de políticas que priorizem a proteção socioambiental e a participação das populações atingidas.
Sobre o Abrindo Diálogos
O periódico Abrindo Diálogos é uma publicação trimestral da Justiça Global que traz análises mais aprofundadas sobre os direitos humanos e os temas de atuação da organização. Lançada no ano em que a Justiça Global completa 25 anos de história, a publicação nasce diante da necessidade de compartilhar os processos e amadurecimentos obtidos ao longo de atuação da organização, mas também, como o nome sugere, de colocá-los em perspectiva para seja possível confabular com pessoas e organizações interessadas em proteger e defender os direitos humanos.
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