O trabalhador rural e integrante do MST do Paraná foi assassinado e outras 185 pessoas foram feridas por policiais militares no ano durante manifestação no 2000. Justiça brasileira não responsabilizou os envolvidos.
Nesta quinta-feira (14), às 10h30, a Corte Interamericana de Direitos Humanos, órgão vinculado à Organização dos Estados Americanos (OEA), divulga a sentença contra o Estado brasileiro pela omissão e não responsabilização dos envolvidos no assassinato do trabalhador rural Antonio Tavares e às lesões sofridas por mais de 185 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A audiência foi realizada pela Corte, na Costa Rica, em 2022.
O ano era 2000 e milhares de trabalhadores rurais se dirigiam em direção à Curitiba (PR) para participarem de uma marcha em defesa da reforma agrária. Ainda na BR-277, na altura de Campo Largo, foram impedidos de seguir por um violento e ostensivo efetivo da Polícia Militar do Paraná composto por 1500 agentes, munidos de bombas de gás lacrimogênio, cães, balas de borracha e armas de fogo. Este triste episódio é considerado pelo MST como um dos momentos mais emblemáticos do processo de violência e de criminalização da luta pela terra. Agora, com a sentença da Corte Interamericana, será encerrado um capítulo importante dessa história. E outro será iniciado: o de cumprimento pelo Estado do conteúdo da sentença. Seguiremos vigilantes e mobilizados!
Um longo caminho na luta por justiça para as vítimas do latifúndio!
Saiba mais sobre o caso:
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Foto da capa: Wellington Lenon.