Anacleta Pires da Silva é orientada pela terra, de onde brota sua inspiração, força e sabedoria para travar lutas pelo bem-viver coletivo, pelo acesso aos territórios ancestrais em toda sua riqueza e diversidade.
Mulher preta quilombola, liderança plantada há 58 anos no Território Santa Rosa dos Pretos, na zona rural de Itapecuru-Mirim, Maranhão, Anacleta começou, ainda adolescente, a participar das lutas de movimentos sociais que reivindicam direitos dos povos pretos, indígenas e comunidades tradicionais.
Agora em março, a luta muda um pouco de figura. Não é hora de “correr mundo”, como costuma dizer Anacleta. É hora de voltar caminhando para dentro de si mesma, para dentro da casa primeira de todo ser vivente, de seu primeiro e mais elementar território: o próprio corpo.
Precisamente hoje, 8 de março de 2024, Dia Mundial de Luta das Mulheres, Anacleta iniciará tratamento oncológico no Hospital Aldenora Bello, na capital maranhense, para curar o câncer de mama diagnosticado em fins de fevereiro.
A rede de apoio e amor que se forma em torno dessa liderança é imensa. Em poucos dias de campanha de arrecadação para custeio de transporte, hospedagem, alimentação e medicamentos, Anacleta tem recebido, além de recursos, inúmeras manifestações de carinho e gratidão por seus anos de luta e acolhimento generoso de tantas pessoas e demandas.
E não poderia ser diferente. É da sabedoria da terra trazer os seus e as suas para perto das suas raízes.
Anacleta é raiz, e sua voz é o som que a terra produz.
* Se quiser colaborar com a campanha coletiva de apoio ao tratamento de Anacleta, contribua com qualquer valor: Pix: 039.545.263.52 (Chave CPF) – Josiane do Espírito Santo Pires da Silva.
Uma campanha da Justiça Global, da Justiça nos Trilhos, Ibase, Atingidos/as pela Vale, Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração e Instituto PACS.