Ao criar obstáculos ou impedir a participação política e o funcionamento de instituições públicas, interferindo ou interrompendo mandatos eletivos, a violência política e eleitoral compromete a integridade da própria democracia e se constitui em grave violação de direitos humanos. Regiões periféricas e do interior e grupos historicamente discriminados são afetados de forma desproporcional por esse tipo de violência. Como consequência, esses episódios acabam desestabilizando a representação e a participação política de mulheres, pessoas LGBTQIAP+, indígenas, população negra, comunidades tradicionais e trabalhadora/es, especialmente, as/os mais pobres.
A partir do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro (RJ), Marielle Franco, e seu motorista, Anderson Gomes, em 2018, a Justiça Global passou a monitorar a questão mais sistematicamente, buscando dar visibilidade à violência que atingia principalmente pessoas com trajetória no campo dos direitos humanos que passaram a sofrer violência ao se elegerem ou ocuparem cargos públicos.