Considerado o maior desastre do sistema prisional brasileiro, o Massacre do Carandiru completa hoje 25 anos. A execução de 111 homens pela Polícia Militar de São Paulo chocou o país e o mundo. O momento era tão grave na política prisional à época que não se imaginava que tudo ainda podia piorar. A perda dessas vidas, todavia, não significou uma mudança para melhor desse sistema. O que se vê, desde então, é uma aposta cada vez maior no superencarceramento, assim como na violência contra detentos. Em 2016, foram 400 mortes violentas nas prisões brasileiras. Não há números consolidados de 2017, mas, apenas nas duas primeiras semanas de janeiro, foram 137 vidas perdidas.
Analisado em retrospectiva, o Massacre do Carandiru aparece talvez como um ponto no qual o Estado, com apoio de parte da sociedade, percebeu que não há responsabilização por aquilo que foi um crime contra a humanidade. Dos 74 policiais que participaram da ação, 58 (78,3%) foram promovidos desde então, como mostra levantamento do site UOL. Os PMs chegaram a ser condenados em júris ocorridos entre 2013 e 2014, mas tiveram suas sentenças anuladas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, em setembro do ano passado. As instâncias de comando tampouco foram responsabilizadas. O que surge, assim, é um sentimento de que, se a vida nessa sociedade cada vez tem menos valor, a situação é ainda pior quando se tratam de vidas de presidiários.
Completam-se não apenas 25 do maior massacre da história do país, mas também 25 anos de uma caminhada rumo à barbárie, onde, a despeito do que prevê a Constituição, a Lei de Execuções Penais e tratados internacionais que versam sobre direitos de pessoas privadas de liberdade, a superlotação, as mortes por doenças, assassinatos em presídios e torturas são a realidade do sistema prisional. Soma-se a isso os perigosos discursos e práticas que são adotados até mesmo por políticos, juízes e promotores, que defendem abertamente o punitivismo e até execuções, além de atacar os que apenas dizem o óbvio, que todos temos direitos, estejamos livres ou presos. No momento dessa lembrança triste em nossa história, a Justiça Global vem a público relembrar os nomes dos mortos no massacre, e ressaltar sua posição a favor do desencarceramento e de uma política pública que veja na justiça social a melhor estratégia de segurança pública.
Adalberto Oliveira dos Santos
Adão Luiz Ferreira de Aquino
Adelson Pereira de Araujo
Alex Rogério de Araujo
Alexandre Nunes Machado da Silva
Almir Jean Soares; Antonio Alves dos Santos
Antonio da Silva Souza
Antonio Luiz Pereira
Antonio Quirino da Silva
Carlos Almirante Borges da Silva
Carlos Antonio Silvano Santos
Carlos Cesar de Souza
Claudemir Marques
Claudio do Nascimento da Silva
Claudio José de Carvalho
Cosmo Alberto dos Santos
Daniel Roque Pires
Dimas Geraldo dos Santos
Douglas Edson de Brito
Edivaldo Joaquim de Almeida
Elias Oliveira Costa
Elias Palmiciano
Emerson Marcelo de Pontes
Erivaldo da Silva Ribeiro
Estefano Mard da Silva Prudente
Fabio Rogério dos Santos
Francisco Antonio dos Santos
Francisco Ferreira dos Santos
Francisco Rodrigues
Genivaldo Araujo dos Santos
Geraldo Martins Pereira
Geraldo Messias da Silva
Grimario Valério de Albuquerque
Jarbas da Silveira Rosa
Jesuino Campos
João Carlos Rodrigues Vasques
João Gonçalves da Silva
Jodilson Ferreira dos Santos
Jorge Sakai; Josanias Ferreira de Lima
José Alberto Gomes Pessoa
José Bento da Silva
José Carlos Clementino da Silva
José Carlos da Silva
José Carlos dos Santos
José Carlos Inojosa
José Cícero Angelo dos Santos
José Cícero da Silva
José Domingues Duarte
José Elias Miranda da Silva
José Jaime Costa e Silva
José Jorge Vicente
José Marcolino Monteiro
José Martins Vieira Rodrigues
José Ocelio Alves Rodrigues
José Pereira da Silva
José Ronaldo Vilela da Silva
Josue Pedroso de Andrade
Jovemar Paulo Alves Ribeiro
Juares dos Santos
Luiz Cesar Leite
Luiz Claudio do Carmo
Luiz Enrique Martin
Luiz Granja da Silva Neto
Mamed da Silva
Marcelo Couto
Marcelo Ramos
Marco Antonio Avelino Ramos
Marco Antonio Soares
Marcos Rodrigues Melo
Marcos Sérgio Lino de Souza
Mario Felipe dos Santos
Mario Gonçalves da Silva
Mauricio Calio
Mauro Batista Silva
Nivaldo Aparecido Marques de Souza
Nivaldo Barreto Pinto
Nivaldo de Jesus Santos
Ocenir Paulo de Lima
Olivio Antonio Luiz Filho
Orlando Alves Rodrigues
Osvaldino Moreira Flores
Paulo Antonio Ramos
Paulo Cesar Moreira
Paulo Martins Silva
Paulo Reis Antunes
Paulo Roberto da Luz
Paulo Roberto Rodrigues de Oliveira
Paulo Rogério Luiz de Oliveira
Reginaldo Ferreira Martins
Reginaldo Judici da Silva
Roberio Azevedo da Silva
Roberto Alves Vieira
Roberto Aparecido Nogueira
Roberto Azevedo Silva
Roberto Rodrigues Teodoro
Rogério Piassa
Rogério Presaniuk
Ronaldo Aparecido Gasparinio
Samuel Teixeira de Queiroz
Sandoval Batista da Silva
Sandro Rogério Bispo
Sérgio Angelo Bonane
Tenilson Souza
Valdemir Bernardo da Silva
Valdemir Pereira da Silva
Valmir Marques dos Santos
Valter Gonçalves Gaetano
Vanildo Luiz
Vivaldo Virculino dos Santos
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