Finalizado na madrugada do último sábado (8), tribunal do júri entendeu que o PM não tinha intenção de matar ao ter atirado. Ágatha Vitória Sales Félix tinha 8 anos quando foi atingida em uma Kombi em 2019, na favela da Fazendinha, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Nota de posicionamento
Indignação, revolta e tristeza. São essas palavras que traduzem o nosso sentimento nessa manhã chuvosa, no Rio de Janeiro, após a absolvição do policial responsável pelo disparo de fuzil que matou a menina Ágatha Vitória Sales Félix, de apenas 8 anos, em 2019, no Complexo do Alemão (RJ). A decisão do Tribunal do Júri é ultrajante. A não responsabilização do policial responsável pelo homicídio viola direitos e a memória de Ágatha.
Como pode um policial militar atirar de fuzil em direção a um transporte coletivo e os jurados qualificarem como “sem intenção de matar”?! Ágatha foi atingida pelas costas. É importante lembrar que, quando a menina foi morta, o governador do estado do Rio de Janeiro era Wilson Witzel (PSC). Um promotor da barbárie e defensor da “política do abate”. Após o assassinato de Ágatha, a Justiça Global enviou para a ONU um informe sobre o homicídio da criança e outro, logo depois, onde denunciou a alteração no Decreto 46.775/2019, que retirava a redução das mortes cometidas pela polícia dos critérios para a concessão de bônus aos policiais. O decreto foi assinado por Wilson Witzel quatro dias após o assassinato de Ágatha.
A decisão do Tribunal do Júri ratificou a ação de Wilson Witzel, na época, bem como a adotada hoje por Claudio Castro. Maria Dalva Correia, mãe de Thiago Correia, uma das vítimas da Chacina do Borel, costuma dizer em suas falas públicas que: a polícia mata e o sistema de justiça enterra. Infelizmente, com pesar, vimos isso acontecer mais uma vez.
Ágatha era uma criança negra moradora de uma favela. O Brasil deve justiça a ela!
À Vanessa, mãe de Ágatha, nosso profundo respeito e solidariedade.
Justiça para Ágatha Félix.