Mandantes do assassinato da vereadora e seu motorista foram presos neste domingo (24), em operação conjunta da Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República e Ministério Público do Rio de Janeiro.
A Justiça Global exige celeridade nos desdobramentos para a elucidação e responsabilização de todos os envolvidos no assassinato da vereadora Marielle Franco e seu assessor Anderson Gomes. Exige também que, desde já, sejam implementadas ações de memória por Marielle e medidas de reparação e não repetição.
O Estado brasileiro, em todos os seus níveis, tem envolvimento no assassinato de Marielle. A munição que matou Marielle pertencia a um lote da Polícia Federal e teria sido desviada. Os atiradores Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa eram policiais militares. Maxwell Simões Corrêa, que também participou do assassinato, é ex-bombeiro militar.
E neste domingo, (24), após seis anos de luta por justiça, o Brasil acordou com a notícia da prisão preventiva dos mandantes, Chiquinho Brazão, deputado federal (União Brasil), seu irmão Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil.
Este quadro aterrorizante evidencia como o crime organizado está ligado pelas entranhas nas instituições fluminenses. Não por acaso, o Rio de Janeiro é o estado com a menor taxa de esclarecimento de homicídios no país, de acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Sou da Paz.
Salta aos olhos da população brasileira que revelações como as obstruções e interferências nas investigações e os mandantes do assassinato tenham envolvimento direto de quem deveria atuar na elucidação dos assassinatos. O Estado brasileiro, neste caso, mostra sua face mais cruel. Ataca diretamente defensoras/es de direitos humanos e o exercício político das mulheres negras.
É tempo de justiça. É tempo de mudanças estruturais em todas as instituições envolvidas no brutal assassinato de Marielle e Anderson. A Justiça Global espera que as prisões e apreensões deflagradas, neste domingo, sejam um grande passo para o esclarecimento das perguntas que consomem os defensores da democracia: quem mandou matar Marielle e Anderson e por quê?
Leia a nota oficial do Comitê Justiça por Marielle e Anderson.