“Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar.”
Generosidade, força e amor definem irmã Dorothy Stang. Há 16 anos, a missionária foi covardemente assassinada com seis tiros disparados por dois pistoleiros enquanto caminhava por uma estrada de terra do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, em Anapu, no Pará, criado para assentar famílias sem-terra da Transamazônica.
A luta pela partilha da terra foi a sua sentença de morte. Irmã Dorothy, que integrava a Comissão Pastoral da Terra (CPT), denunciava incansavelmente a atuação criminosa de grileiros na região. Tanto que seu assassinato foi encomendado por dois fazendeiros: Vitalmiro Bastos de Moura e Regivaldo Pereira Galvão. O modelo econômico brasileiro de expropriação dos recursos naturais em detrimento da vida e da garantia de direitos impõe um cenário de violência contra comunidades rurais, indígenas, quilombolas e tradicionais por todo país e coloca em risco a vida de defensoras e defensores de direitos humanos.
Sabemos que a luta continua e a força de irmã Dorothy prevalece entre os que lutam pela reforma agrária e pelo fim da violência no campo.
Irmã Dorothy, presente! Hoje e sempre.