A segunda edição do Julho Negro discutiu o extermínio da juventude negra, o encarceramento e as diversas opressões que a população negra é submetida. As atividades acontecerem entre os dias 17 e 21 de julho, no Rio de Janeiro. Neste ano, foram homenageadas a poetisa Elaine Freitas, que faleceu no ano passado durante o primeiro Julho Negro e Mãe Beata de Yemanjá, Yalorixá do Ilê Omijuaro e militante do Movimento Negro Unificado (MNU), que faleceu em maio deste ano. A ideia é perpetuar a luta dessas mulheres contra o racismo e pela liberdade e dignidade do povo negro. O evento também incorporou as atividades de lembrança dos 24 anos da Chacina da Candelária, onde em 23 de julho de 1993, oito jovens em situação de rua foram assassinados por policiais militares.
Monique Cruz, pesquisadora da Justiça Global, participou da roda de debate sobre encarceramento e racismo. Ela chamou a atenção para os elevados índice de encarceramento da população negra e as violações de direitos humanos do sistema carcerário. Monique ainda apresentou possíveis caminhos para o desencarceramento, como a Agenda Pelo Desencarceramento. Também participaram do debate Deisi Souza, da Campanha Pela Liberdade de Rafael Braga, Samuel Lourenço, do coletivo Eu Sou Eu, Reflexo de Uma Vida na Prisão, Fransérgio Goulart, do Centro de Direitos Humanos da Baixada Fluminense e Debora Silva, das Mães Maio.
O 2º Julho Negro foi organizado pela Rede de Comunidades Contra a Violência, as Mães de Maio (SP), o Fórum Social de Manguinhos, o Fórum de Juventudes do RJ, as Mães de Manguinhos, o Coletivo Fala Akari, o grupo Ação Direta Pela Educação Popular e a Campanha Pela Liberdade de Rafael Braga, em articulação com o Black Lives Matter (EUA) e refugiados da Palestina e do Haiti.