A Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale (AIAAV) é uma rede Sul-Sul que congrega, desde 2009, representantes de movimentos sociais, sindicalistas, ambientalistas, ONGs, associações de base comunitária, comunidades em geral, grupos religiosos e acadêmicos do Brasil e do mundo. Seu objetivo central é contribuir com o fortalecimento das comunidades em rede, promovendo estratégias de enfrentamento dos impactos socioambientais relacionados à indústria extrativa da mineração, sobretudo daqueles vinculados à empresa Vale S.A.
Ao longo dos anos, temos denunciado muitos desastres provocados pela mineração da Vale S.A. sobre a vida de comunidades tradicionais, quilombolas, indígenas, camponesas, populações urbanas empobrecidas e trabalhadores. Em diferentes partes do Brasil e do mundo, de Mariana e Brumadinho (MG) a Moçambique, de Santa Cruz (RJ) a Piquiá (MA), de Perak (Malásia) a Mendoza (Argentina), as semelhanças entre narrativas sobre os impactos da mineração e logística são o testemunho da insustentabilidade da Vale S.A. e também de todo o setor da mineração.
Uma Articulação como a nossa ganha um significado ainda maior ao conectar movimentos de incidência política e proteção dos territórios em diferentes partes do Brasil e do mundo onde a Vale S.A. atua, permitindo a construção de uma resistência global frente a uma empresa de atuação global. Essas articulações e intercâmbios visibilizam a verdadeira face do setor mineral, que promove massacres sociais e ambientais, privação de direitos e cerceiam liberdades para alcançar suas metas de lucros a qualquer custo.
Nossa atuação se orienta pela busca da Justiça Ambiental, que procura assegurar que todos os grupos sociais, independentemente de sua origem ou renda, tenham direito a tratamento justo e envolvimento pleno nas decisões sobre o acesso, ocupação e uso dos recursos naturais em seus territórios. Sabemos que os desastres socioambientais não afetam as populações de maneira igualitária; ao contrário, os riscos e impactos recaem de maneira mais dura e evidente sobre grupos étnicos mais vulneráveis, negros e mulheres.
Uma das estratégias da AIAAV é a incidência corporativa, centrada na intervenção e participação de acionistas críticos na Assembleia Geral dos Acionistas da Vale (realizada uma vez ao ano, geralmente no mês de abril, no Rio de Janeiro, sede da empresa). O presente relatório é um resgate dos 10 anos dessa ação e traz uma reflexão e memória dessa tática.
Esperamos que o material sirva de inspiração e ajuda a outras redes e às suas lutas de resistência e de enfrentamentos às grandes empresas que violam os direitos humanos e afetam de maneira predatória o meio ambiente.
>>> Leia o relatório aqui.
>>> A Justiça Global integra a Articulação Internacional dos Atingidos e Atingidas pela Vale.