Em pronunciamento na 51a Sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, a Justiça Global mostrou preocupação diante do aumento da violência política ao lado da flexibilização do acesso a armas no Brasil. A fala da organização brasileira sem fins lucrativos foi a 37a a ser transmitida, nesta quarta-feira (14/9), durante o Debate Geral para atualização oral do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos sobre os desenvolvimentos globais dos direitos humanos e as atividades de seu Escritório.
Durante a apresentação, a organização destacou como a gestão do presidente da República Jair Bolsonaro tem tratado a flexibilização a armas e munições como uma política governamental, o que quase triplicou, chegando a um milhão, o número de armas registradas para colecionadores, atiradores e caçadores, segundo as ONGs Igarapé e Sou da Paz. A região amazônica teve um aumento de 700%; e o estado de São Paulo tem o maior arsenal: quase 280 mil armas. A organização também alertou sobre o aumento de entrada de armas de fogo no país, em especial nos últimos dois meses, conforme noticiado pela imprensa brasileira.
A intervenção mencionou com alerta o discurso recente do filho do presidente e deputado federal Eduardo Bolsonaro, diante de uma plateia lotada, convocando quem tem armas legalizadas para se transformar em voluntário de Bolsonaro.
“Aliada à disseminação de fake news, discursos de ódio e violência política e eleitoral, a flexibilização das armas como política de governo torna o cenário ainda mais sensível, sendo uma ameaça direta à democracia, vida e integridade física da população brasileira, lideranças políticas e defensores dos direitos humanos, o que requer a atenção de toda a comunidade internacional”, conclui a oradora da Justiça Global no vídeo, Emily Almeida.
Veja o vídeo no WebTV da Onu: https://media.un.org/en/asset/k1t/k1tfbzxcvo
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