Hoje, 06 de fevereiro, completam-se 04 anos da Chacina do Cabula. Na ocasião, 12 jovens, todos com idades entre 15 e 28 anos, foram executados por PM’s na Vila Moisés, no Cabula, Salvador (BA). A Justiça Global enviou diversos informes para a ONU e OEA relatando não apenas a chacina e seus desdobramentos, mas também as ameaças frequentes sofridas por familiares das vítimas e integrantes da Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto, que acompanham o caso.
Após 04 anos do massacre, os policiais envolvidos na chacina ainda não foram responsabilizados pela matança nem afastados do trabalho. Dos nove PM’s que são réus no caso, oito continuam nas ruas e apenas um foi inserido na reserva militar. No ano passado, os policiais chegaram a ser julgados, mas foram absolvidos pelas mortes. Entretanto, a pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA) a sentença foi anulada, agora, espera-se que um novo júri seja marcado e as famílias das vítimas sejam devidamente reparadas.
Os PM’s alegaram que executaram os jovens por legitima defesa. É importante destacar que a Bahia tem uma das policias mais letais do país. Em 2017, foram registrados 668 casos de homicídio decorrente de intervenção policial no estado, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.
A Justiça Global se solidariza com os familiares das vítimas da chacina e com toda a comunidade do Cabula. Para nós, é evidente que a Chacina do Cabula tem origem no racismo estrutural que alimenta a violência estatal contra a população negra, que é vítima cotidianamente de uma política absurda de eliminação e aprisionando.
Justiça para o Cabula!
Foto usada na arte: José Bonifácio / Ponte Jornalismo