Passados mil dias do assassinato de Marielle e Anderson, exigimos saber: quem mandou matar Marielle? Exigimos também que a investigação siga até que os mandantes desse crime bárbaro que vitimou Marielle e Anderson e criou danos permanentes na nossa democracia sejam identificados, levados à justiça e responsabilizados.
A vereadora e defensora de direitos humanos Marielle Franco, mulher negra LGBT, provocou rupturas, questionou poderes políticos e enfrentou as estruturas racistas, machistas e LGBTI+fóbicas do Rio de Janeiro. O legado de Marielle tem reverberado por todo mundo, impulsionando, inclusive, uma maior participação de grupos historicamente vulnerabilizados, como candidatas, ao parlamento. Por isso, no marco dos mil dias, reivindicamos que sejam adotadas urgentemente medidas para coibir outros casos de violência política que atinge sobretudo as mulheres negras e LBTs eleitas, vítimas de uma violência política racista interseccionada ao machismo e a LBT+fobia cotidiana.
Os atos de violência demonstram que o momento que estamos vivendo é de deslegitimação dos direitos humanos e da democracia, fazer o enfrentamento à violência é fundamental para superar as desigualdades que estruturam o país.
Os direitos vêm sendo cada vez mais atacados e rechaçados por setores conservadores anti-direitos, o que nos coloca cada vez mais em estado de alerta, tanto na luta pela garantia e ampliação dos direitos quanto para a necessidade de fortalecimento das pessoas que lutam para manutenção do estado democrático de direito e pela eliminação das mais variadas formas de violências, como fazia Marielle quando foi brutalmente interrompida.
Justiça para Marielle e Anderson!