A Plataforma de Direitos Humanos – Dhesca Brasil iniciou nesta segunda-feira (07), em Recife (PE), um conjunto de reuniões e escuta à organizações sociais, orgãos públicos e lideranças comunitárias para identificaçao e mapeamento de violações de direitos humanos implementação do Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros (Suape). As agendas se estendem até o dia 11 e incluem visitas aos territórios afetados.
A missão da Dhesca em Suape parte de uma demanda reinvindicada pelo Fórum Suape – Espaço Socioambiental, articulação local que tem sistematicamente observado e denunciado os impactos de instalação do complexo portuário industrial.
“Os grandes projetos em áreas portuárias geram diversos tipos de impactos e violações de direitos humanos, tanto para as populações locais, quanto para quem vem de fora para trabalhar na implementação desses projetos. O Complexo Industrial Portuário de Suape não foge à regra e também opera nessa lógica predatória. Isso é um modelo de desenvolvimento estruturante”, aponta a relatora nacional para o Direito Humano ao Meio Ambiente da Dhesca, Cristiane Faustino. O relator Guilherme Zagallo, também relator de mesma área temática, também integra a missão. A missão conta ainda com o apoio do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), Centro Dom Helder Câmara de Estudos e Ação Social (Cendhec) e Federação dos Órgãos de Assistência Social e Educacional (Fase).
Localizado entre os municípios do Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (PE), o Complexo é uma empresa pública, administrada pelo governo de Pernambuco. Instalado em 1975 e orientado por uma concepção de “concentração de investimentos”, o Complexo foi modernizado e ampliado a partir dos anos 2000.
De acordo com o Fórum Suape, estima-se que cerca de 25 mil pessoas foram impactadas diretamente com obras envolvendo o Complexo, sendo obrigadas a mudar a sua forma de viver. A ampliação e modernização do Complexo também gerou impactos ao meio ambiente e ao comércio local.